LINGUAGEM: Yeda e África no Palacete


da Assessoria


Etnolinguista e acadêmica Yeda Pessoa de Castro fala sobre "A nossa língua africana" , nesta quinta(10) no Palacete das Artes

“A nossa língua africana, a trajetória de uma pesquisa” é tema de palestra da etnolinguista e acadêmica Yeda Pessoa de Castro, nesta quinta (10), no Palacete das Artes (Ipac/Secult/Funceb)





"Resultado de mais de trinta anos de pesquisa nos dois lados do Atlântico e no Caribe, chegamos à conclusão de que o Brasil africanizou o português de Luis de Camões, uma realidade cuja aceitação ainda encontra resistência no meio acadêmico, onde as línguas africanas são ocultadas e seus falantes emudecidos em nossa História, uma projeção de tamanha incongruência que pode-se chegar às raias do absurdo de se querer re-inventar a teoria escravista de coisificar, tornar inumano, o negro africano, e que, portanto, só começou a falar " língua de gente" quando aprendeu a falar português". (Yeda Pessoa de Castro)

O Palacete das Artes, órgão vinculado ao IPAC/Secretaria de Cultura do Estado, com o apoio da Fundação Cultural, promove a palestra da professora doutora e acadêmica, Yeda Pessoa de Castro, sobre o tema: “A nossa língua africana, a trajetória de uma pesquisa”, que será realizada no dia 10 de setembro (quinta), às 18h, no primeiro pavimento do casarão.

A palestra integra a programação da exposição “Bahia é África também – coleção Claudio Masella” (pertencente ao acervo do Solar Ferrão – Dimus), na Sala Contemporânea do Palacete. A iniciativa faz parte do projeto #MusEuCurto,#MusEuCurtoArte, de Dinamização de Museus, realizada em parceria do IPAC com a Fundação Cultural do Estado – unidades da Secult-BA. A campanha conta com ações de mediação, difusão e ocupação de espaços preservados pelo IPAC, com múltiplas possibilidades de ampliação de conhecimento.

A renomada especialista em línguas africanas ressalta que "renovar a visão do mundo é renovar a história, é elaborar um novo vocabulário para acessar as estruturas mais profundas do preconceito, a partir do princípio consagrado de que a língua natural de um povo substancia o seu espaço de identidade”.  Ainda de acordo com a acadêmica, ignorar as línguas negroafricanas que foram faladas no Brasil é mais uma tentativa de procurar negar a participação de seus falantes no processo de construção do português brasileiro e da segunda maior potência de população melano africana do mundo.

SERVIÇO
Palestra “A nossa língua africana, a trajetória de uma pesquisa”
Yeda Pessoa de Castro (etnolinguista e acadêmica da ALB)
Dia 10 de setembro, às 18h
Palacete das Artes – Rua da Graça, 284
71 3117 6997


Para saber mais sobre o tema, acesse esta entrevista publicada na Revista História.com link http://www.revistadehistoria.com.br/secao/entrevista/yeda-pessoa-de-castro - "A língua portuguesa que falamos é culturalmente negra A proximidade entre o português arcaico e as línguas do grupo banto resultou no português que falamos hoje”. (Por Marcello Scarrone)

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